Fátima Fonseca
escrevo porque desaguar é necessário
e nesse escorrer
venho banhando minhas margens
ora ressequidas
ora encharcadas
me atravessando por todos os lados.
segunda-feira, 28 de maio de 2018
o amor uma miragem
quadro na parede
leio o poema nas flores
suspensas no ar
flor andorinha, capitu, madalena, escrava princesa...
flores de plástico.
amei quem me transformasse em violetas
brotando nas veias
amei quem adubasse o aroma
da poesia nos meus pólens
perdoe-me
eu amei a projeção que fabulei
amei o meu ideal
e esse não era você
despir dói
mas suas mãos imperfeitas
podem apagar a miragem
na imagem
da tela do artista.
quinta-feira, 24 de maio de 2018
quarta-feira, 23 de maio de 2018
Paris
Fátima Fonseca
Minha Paris está no meu jardim
nos faróis dos vaga lumes
que cortam o breu das noites
sem luar feito picadinho de estrelas.
segunda-feira, 21 de maio de 2018
Fé, café e poesia
Fátima Fonseca
hoje acordei cedo
friozinho...
passei poesia num pedaço de palavra
fui me soletrando na fumacinha
porque escrever é necessário
quando o desejo é voar.
hoje acordei cedo
friozinho...
passei poesia num pedaço de palavra
fui me soletrando na fumacinha
porque escrever é necessário
quando o desejo é voar.
maio
Fátima Fonseca
maio chove flores em nós
escreve frio em versos
suas histórias de grinaldas.
nenhuma ilusão me assalta agora
as traças devoraram a ultima veste de poesia
e perdi o discurso de amor.
maio chove flores em nós
escreve frio em versos
suas histórias de grinaldas.
nenhuma ilusão me assalta agora
as traças devoraram a ultima veste de poesia
e perdi o discurso de amor.
morrer não é preciso quando se tem vida
Fátima Fonseca
o
silencio transborda sem resposta
sob
esse rabisco
que
hoje sou
ilusões
desfazendo... morrendo...
a vida
passando...
eu
abismada com a indiferença que fui
uma
saudade atravessa apagando as luzes
esses
gravetos secos nada escrevem
estão presentes
como a morte
Senhor,
poda- os em mim!
quarta-feira, 16 de maio de 2018
só enxergamos o que queremos ver
Fátima Fonseca
Outro dia fiz uma compra e no caixa fiquei sabendo que o preço referia a 100 gramas do produto. Aprendi que ás vezes só enxergamos o que queremos ver e depois ainda lamentamos:
Fui ludibriado!
É como aquela história da adolescente que enxerga na bochecha do namorado uma covinha onde tem uma espinha.
É o parceiro que só descobre que o outro é imperfeito depois do desencanto.
o politico que sabemos que é corrupto, ainda assim queremos provas para crer.
E outras tantas cegueiras ,,,
segunda-feira, 14 de maio de 2018
ser
Fátima Fonseca
gosto
de meter o pé na jaca
afundar
na lama
desenhar
com carvão nas paredes descascadas
falar
e arrepiar com os fantasmas
você
pode até dizer que sou uma caipira estranha
e
dai?
não
vou mudar
só
para que você tenha uma outra impressão
da
minha pessoa
eu
também posso não gostar
desse
seu jeito ácido de olhar
entretanto,
não vou me expressar
entendo
que você esta sendo você
e
eu só posso ser o que sou
mesmo
porque, esse inútil mistério
me
faz melhor
caipira
do cerrado
com
orgulho
de
ser.
segunda-feira, 7 de maio de 2018
Amar, amar, amar e viver.
Fátima Fonseca
Agente andava
de mãos dadas e eu com muito medo de me perder. Dobrávamos a esquina e...
Assim
começava a minha história quando a professora passou por perto da minha
carteira e fez um traço vermelho com muita força em cima da frase que até furou
a página.
Preste
atenção menina! A gente escreve separado.
Eu
tão centrada nas histórias que ia contar, fiquei sem entender que desgrudar uma
letra de uma palavra era mais importante que o meu itinerário.
Mas
não é disso que eu quero falar
Falo
das folhas secas que cantam
do
sol que filtra as flores
dos
beijos que nascem nas bocas de lobo
da
“flor que nasceu na rua e crescia luminosa e branca no marrom da imundície”.
do
cotidiano sem sensibilidade
das
línguas ferinas rimando com mal dizer
Falo
da língua inculta amorosa morrida de poesia
Falo
das crianças indefesas sem utopia que são todos nós
Falo
do anjo torto drumoniano
Falo
de ser rebuscado de esperança
Amar,
amar, amar e viver.
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