terça-feira, 22 de agosto de 2017

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

A poesia é A LIBERDADE da minha LINGUAGEM Paulo Leminski

Salve
Razão de ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
                                          Paulo Leminski



quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Mulher mística,
olhares perdidos.

Ás vezes ela desaparecia
e todos diziam:
tem minhocas na cabeça.

Mas ela ia mesmo
é para a encruzilhada,
acreditava que ali
poderia despachar suas dores
e resgatar seus amores

                                                      Fátima Fonseca

sábado, 5 de agosto de 2017

Rios me inundam...me excessivam...




Estou grávido de instantes. Pari ausência só pra ficar a meu derredor. A mercê do devir. Exercer instante me excessiva. Estou grávido de instantes. A todo tempo mudei. O que ainda permanece é pura desatenção e medo. Tenho a impressão de está ali, quando já parti, pari. Parto.


O rio que me corta, corre.
faz nascer rios e rios, metros e metros de águas turvas
nascentes e fluxos, desmoronam-me.
'todo dia mudei'
que rio sou hoje?
um rio que turva a superfície só pra parecer mais profundo?
que rio me banhará amanhã e esses dias todos? posso banhar-me no mesmo rio sendo a cada vez o mesmo, se a cada vez o rio também é outro?
um rio cava em mim
não um, nem mil
mas incontáveis margens
na margem direita
é rio
na margem esquerda
correnteza
nado contra a maré?!
rios me cortam de todos os lados
gosto de ser rio, rios me inundam, me excessivam.
Saulo dos Anjos-