domingo, 8 de novembro de 2020

Escrevo!

 Escrevo! 

Sim. Escrevo, 

porque é de alívio a forma 

que encontrei deixar partir 

o que não me cabe 

o que transborda em mim. 

Escrevo com a mesma necessidade 

e direito que um asno tem de relinchar, 

um cão rosnar, 

uma baleia bufar, 

um lobo uivar... 

poesia, poema, prosa, rabisco? 

Tem rima, melodia, estetica? 

Não sei. Soezes. 

Para abespinhar ou deleitar. 

Não importa. 

Escrevo!   

                     Fátima Fonseca