sábado, 31 de dezembro de 2016

Adeus Ano Velho. Feliz Ano Novo!

           
                                    
Fátima Fonseca
O ano é repetitivo.
Mas eu preciso dizer que ele é novo.
Gosto vestir de branco,
tomar champanhe e outras mutretas supersticiosas.
Preciso fingir que a doença, a morte e tragédias não existem.
Ah isso não é bem comigo!
É quase um eco.
Perdoem-me a dor.
Minha vida é maior que a insignificância humana
Maior que a mortalidade e a tristeza.
E vou me alinhavando nas miudezas milagrosas
que tanto alimentam meus eus líricos de para quês.
Fingir tornou-se um hábito. Logo, sou infinita inteira.
Um ano de novo em mim.
Que me faz sonhar na vida que escorre
e perder a noção de uma certeza absurda
que mora dentro de mim.
É preciso partir.
É preciso chegar.
Embrulhado de esperança.
E eu aqui a escrever
Porque palavra me recicla
neste ir e vir constante.

Adeus Ano Velho.

Feliz Ano Novo!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A cada dia

                                  

                                            Fátima Fonseca

Os dias foram levando 
minha ilusão 
de que eu possa controlar alguma coisa 
os dias vão levando 
minha ilusão 
de que alguma coisa me pertence

Por que ajuntei tantos triunfos em vão?
Por que afinal me exponho apática 
a esse morrer silencioso de cada dia?

Intensidade


"Não me resuma. O que é intenso não é prático."  Fabrício Carpinejar


A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranquilidade, querer com mais doçura.

Lya Luft

sábado, 10 de dezembro de 2016

Quando o medo chegou?

                                                      Ateneu
É ao pé do fogo que tais palavras deves dizer, no inverno,
deitado em cama macia e saciado,
bebendo doce vinho,
lambiscando grão-de-bico:
quem és, afinal, entre os homens?
Quantos anos tens, meu caro?
Que idade tinhas quando o Medo chegou?