domingo, 29 de janeiro de 2017

Ponte Miraberan

O meu peso
nas tuas mãos abertas:
a paciência insonora
do meu desespero.  Paul Celan

 Da ponte de onde ele saltou
morrendo na vida voando de suas próprias feridas
ponte Miraberan-Rio Sena-Paris
                  
Deus, Dai ao voador o céu lá
e uma estrela guia para consolação
e repouso eterno.

obs. Sinto me presenteada e grata , mesmo tardiamente, por ter conhecido esse grande escritor.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

                                                        Fonseca Fátima
A palavra verde promete começo
A palavra ausência  fala de saudades
A palavra afago dá colo, aquece
pensamento é uma palavra que vaga
amor, então, é porto ou naufrágio
deserto é uma palavra que planta ilusão.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

arco-iris

                         
                                             Fátima Fonseca

Não é que dei para ver
o rio redondo
a lua quadrada.
Peguei um zarolho depois que viajei
no arco-íris
até vomitei estrelas

sábado, 21 de janeiro de 2017

Tenho (homenagem a Fernando pessoa)

                                                    Fátima Fonseca
 tenho comigo o afligir de uma dor que deveras sinto
nunca me vi nem achei
carrego o não saber de quantas almas tenho
e sei enfim que nunca saberei de mim

herdei de meus pais fé em Nossa Senhora
tenho Fátima no nome
alma brunhida com um “q” de Portugal

mas,o que me dói não é
o que há no coração
mas essas coisas lindas
que nunca existirão...

por isso, bebo de suas palavras
com uma esperança bem morrida de poesia
de um porvir encontro estrelado
com você Fernando em pessoa.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

onze horas

                 

                        fatima fonseca
ave,  esperança
foi só falar em amor
as onze horas desabrocharam
em flores!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

"Não é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus. É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo" Clarice Lispector