sábado, 21 de abril de 2018

                                                   Fátima Fonseca
a lagarta paralisada
o tatu que virou uma bolinha
a ave que copiou a cor do tronco
o escavo encolhido em um cantinho
ali todos fingiam de mortos
uma questão de sobrevivência.

domingo, 15 de abril de 2018

                         
                        Fátima Fonseca
delicada
escorregadia
sedutora

uma flor

saiu do jardim
por entre as grades

só queria espiar a rua

acabou sendo arrancada
para morta
enfeitar o vaso.
                                                Fátima Fonseca
suspensas no meu peito
palavras não ditas

vivo tentando a poesia
na esperança de voar
com a palavra liberdade.

sermão

                                  Fátima Fonseca
minha vó me dizia
que aprendeu com os antigos:

cuidado com as palavras
elas podem ser desfiadoras e vingativas
portanto, não se exalte com soberba
nunca diga nunca
pois você  poderá prestar contas
das palavras ditas.


segunda-feira, 9 de abril de 2018

Do outono aprendi:


                            Fátima Fonseca
Desfolhar
Doí
Mudar Renascer, Renovar...

sábado, 7 de abril de 2018

"Há sempre alguma poesia pairando no ar"

tinha um arco na iris dos olhos
tinha capim santo nas margens dos meus olhos

oficina literária na casa da nossa amiga Laura em MG  03/04/18

descobri com Manoel de Barros que "aroma de jacintos me infinita m"

oficina literária em Macacos -MG

meu poema procura um livro

                               Fátima Fonseca

quero a vida
germinando nos livros
páginas  fazendo curvas
saliva beijando poesia
letras que sabem de mim
e me escrevem

descobri com Manoel de Barros
que “aroma de jacintos me infinita m”
esse que agora mesmo passou por aqui
e minhas folhas  amarelas
suplicaram um pedaço de palavra
tijolos de uma casa
para meu poema.


segunda-feira, 2 de abril de 2018

vaidade


                                       Fátima Fonseca
quando penso
que senhora vaidade
já se foi
que nada!
olha ela aí
vestida de desamparo
retocando estrelas
frente espelho