Fátima Fonseca
Agente andava
de mãos dadas e eu com muito medo de me perder. Dobrávamos a esquina e...
Assim
começava a minha história quando a professora passou por perto da minha
carteira e fez um traço vermelho com muita força em cima da frase que até furou
a página.
Preste
atenção menina! A gente escreve separado.
Eu
tão centrada nas histórias que ia contar, fiquei sem entender que desgrudar uma
letra de uma palavra era mais importante que o meu itinerário.
Mas
não é disso que eu quero falar
Falo
das folhas secas que cantam
do
sol que filtra as flores
dos
beijos que nascem nas bocas de lobo
da
“flor que nasceu na rua e crescia luminosa e branca no marrom da imundície”.
do
cotidiano sem sensibilidade
das
línguas ferinas rimando com mal dizer
Falo
da língua inculta amorosa morrida de poesia
Falo
das crianças indefesas sem utopia que são todos nós
Falo
do anjo torto drumoniano
Falo
de ser rebuscado de esperança
Amar,
amar, amar e viver.
Agora, agente quer ver você toda segunda feira nas páginas de seu blog. Etelvaldo.
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