segunda-feira, 7 de maio de 2018

Amar, amar, amar e viver.

                                                               

                                                                     Fátima Fonseca


Agente andava de mãos dadas e eu com muito medo de me perder. Dobrávamos a esquina e...

Assim começava a minha história quando a professora passou por perto da minha carteira e fez um traço vermelho com muita força em cima da frase que até furou a página.
Preste atenção menina! A  gente escreve separado.

Eu tão centrada nas histórias que ia contar, fiquei sem entender que desgrudar uma letra de uma palavra era mais importante que o meu itinerário.

Mas não é disso que eu quero falar

Falo das folhas secas que cantam 
do sol que filtra as flores 
dos beijos que nascem nas bocas de lobo
da “flor que nasceu na rua e crescia luminosa e branca no marrom da imundície”. 
do cotidiano  sem sensibilidade  
das línguas ferinas rimando com mal dizer
Falo da língua inculta amorosa morrida de poesia
Falo das crianças indefesas sem utopia que são todos nós
Falo do anjo torto drumoniano
Falo de ser rebuscado de esperança
Amar, amar, amar e viver.

Um comentário:

  1. Agora, agente quer ver você toda segunda feira nas páginas de seu blog. Etelvaldo.

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