Sebastião Aimone Braga
A palavra rolou no ar. E caiu dentro da xícara da dama de negro, vazio o olhar. Ela, leve, levantou-se da mesa e pousou uma luva sobre o livro, que, ao toque, ofereceu-se página por página.
Saiu, então, para a noite. Com a outra luva, ainda na mão, acenou para a lua, que lhe correspondeu e cobriu toda a paisagem de prata. Choveram versos sobre seu véu. E o céu cobriu-se de rimas.
As areias e o vento
banem para longe
aquela tarde.
Aqui ainda arde
aquela chama
de quem um dia
me chamava de amor.
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