quarta-feira, 17 de maio de 2017

homenagem ao escritor Paul Celan



                                                                              Fátima Fonseca
A ponte que atravessa o rio Sena
um dia abriu os braços e  murmurou:

Em meus lençóis há deleite.
Tenho sombra e flores para enfeite.
Venha calar suas feridas.
Posso condensar numa só gota sua vida sofrida.

O silêncio amplia o vazio.
O coração da laje começa a bater
Empalidecida  e muda a ponte Mirabeau testemunhou:
Como foi a acolhida para sempre  da rubra estrela pelo  rio Sena
naquela tarde de abril.

E a vida se foi com a água corrente
Num continuo infinito...
escrevendo caminho na cidade luz.


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