sábado, 19 de novembro de 2016

Dor poente


                                       Fátima Fonseca
Tenho uma dor amarela
perdida atrás das montanhas.

E como doía o entardecer meu Deus!
Tudo partia para algum canto
tudo curvava para vestir a existência torta de ser
e as horas deitavam caladas, profundas

falo do amanhecer incerto
das buscas em vão
do retorno sem saber para onde
da vaidade audaz que brota nesse deserto

Um pássaro risca o poente rubro.
Ó condor, talvez eu seja o ninho que procuras.


Um comentário:

  1. Fátima,
    Ah, essa dor doida e doída de entardecer e amanhecer incertos! Ah, esse ir e vir sem ter por que, sem ter pra quê! Apesar de tudo, ainda existe um pássaro em busca de um ninho. E você bem diz: existe esperança, apesar de tudo. Etelvaldo.

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