Maria Apparecida de Mattos
É pena.
Se a tivesse,
poderia bem ser guia
de desesperançados.
Vejo seus olhinhos mansos
arregalados de busca,
talvez em alguma esquina
apareça o inusitado,
a estrela plantada em brilho
na testa de um abençoado.
Eu, não.
Infelizmente
não tenho estrela na testa.
Tudo me acomete:
gripe, coceira alérgica,
rasteiras e tropeções,
medida a mais na cintura,
rabugice, implicância,
calo e unha encravada,
neuroses incrementadas
por sustos e desilusões,
bicho de pé e, se bobear,
até piolho acomete.
Tentei pegar uma estrela
no coração da poesia.
Aliás, vivo tentando
e um dia vou conseguir.
Vai ter festa nesse dia.
Vou juntar uma cambada
obesa de inspiração,
com tanta estrela na testa
que os desesperançados
acharão sua esperança
e vagarão pelas nuvens,
os seus mansos olhinhos
brilhando de cintilação.
19/julho/2016
Muito bonita! gostei muito!!
ResponderExcluirMuito bonita! gostei muito!!
ResponderExcluir