domingo, 30 de novembro de 2014

Nanocontos

Maria Solange Amado Ladeira
Foi um sonho confortável. De segunda mão. Mas serviu direitinho.

Pegou um sonho num canto da cama. Não viu que era um pesadelo.

A aldeia era um amontoado de casinhas minúsculas com uma pobreza maiúscula.

As palavras escorregam pelo texto. Tento segurar, mas perco o equilíbrio. Nem toda Maria faz poesia.

Não tenho poltronas confortáveis na casa da minha escrita. E nem paredes. E as portas dos armários não se fecham com tantas palavras. Um dia eu arrumo tudo e faço um livro.

A esperança veio a reboque daquele amor de outono. Peguei carona, atravessei o inverno. Se a primavera chegar, vocês verão.

Não era amor. Apenas amostra grátis de paixão mal resolvida.

Na beiradinha do livro, tento pescar uma palavra ou outra. Não consigo. São palavras sem eira nem beira.

   - solangesolsal@hotmail.com     25/11/2014

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