segunda-feira, 14 de maio de 2012

Esperança

  



Mário Quintana

  Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
  Vive uma louca chamada Esperança
  E ela pensa que quando todas as sirenas
  Todas as buzinas
  Todos os reco-recos tocarem
  Atira-se
  E
  -- ó delicioso vôo!
  Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
  Outra vez criança...
  E em torno dela indagará o povo:
  -- Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
  E ela lhes dirá
  (É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
  Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
  -- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
 

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