quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Sol poente

                               

Tenho uma dor amarela
perdida atrás das montanhas.

E como doía o entardecer meu Deus!
Tudo partia para algum canto
tudo curvava para vestir a existência torta de ser
e as horas deitavam caladas, profundas

falo do amanhecer incerto
das buscas em vão
do retorno sem saber para onde
da vaidade audaz que brota nesse deserto

Um pássaro risca o poente rubro.
Ó condor, talvez eu seja o ninho que procuras.
ff

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