sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Poente

                                        Fátima Fonseca

Ainda desce em mim
o poente do cerrado
norte das minas Gerais.

E como doía o entardecer, meu Deus!
Tudo partia para algum canto.
Tudo se  curvava para vestir a existência torta de ser
e as tardes deitavam-se caladas, profundas...

Um retorno sem saber para onde
do amanhecer incerto
das buscas em vão
da vaidade audaz que brota nesse deserto.

Um pássaro risca o céu rubro.

Ó condor, talvez eu seja o ninho que procuras.

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