Aqui, neste momento
Imagino que tu és
Esta folha branca de papel
Que estou percorrendo
Com uma caneta cor de mel
Bico fino e com tinta azul
Que suavemente desenha
Letras como quem acaricia
A pele
Do objecto do desejo.
Se tu és esta folha de papel
Eu sou a caneta que sobre ela
Desliza
E a transforma no ser
Que deseja e idealiza.
O desejo humedece o ar
Que por sua vez faz
Suar a pele
Que é o papel.
O calor derrete a tinta
Da caneta cor de mel.
De repente
Folha e caneta
Transformam-se
Num objecto de contorno difuso
Mesmo confuso
E explodem
Transbordando energia
E desaparecem!
E eu já nem sei o que escrevia
Perdida nesta metáfora
Absurda de fantasia…
Nenhum comentário:
Postar um comentário