sexta-feira, 28 de junho de 2024

 Ela não entendia de fel

não falava a língua das pedras
não sabia manusear cortantes
Deu as mãos a poesia 
e
dobrou a esquina.
FF


Um sino dobra em mim,  Ave-Marias! 
Fico pensativa, olhando o vago...
Eu queria ser a pedra que não pensa, 
a charneca Florbela que não espanca.
ff

quinta-feira, 27 de junho de 2024

terça-feira, 25 de junho de 2024

Encerramento semestre junho/24

 A felicidade está nas horinhas  de descuidos


























Escrevo,

 

Escrevo nas paredes velhas caiadas.

Seguem-me as palavras
que pastam descalças
no árido sertão, 
Segue-me o cerrado,
retorcido,
resistente.
E aos poucos  vou me  escrevendo, gravetando,
de
verso em verso
sílabas de águas minguadas
assopro seco de poesia.
Fatima Fonseca

Meu pé de feijao

 Texto 04


(Infância na roça) 


A menina obediente observava os trabalhadores ensacarem a colheita de feijão.

Curiosa ela pegou um grão de feijão  colorido que destacava entre os demais e engoliu. Seu tio em tom de exclamação disse: Agora vai brotar um pé de feijão dentro de você. As folhas vão sair pelos olhos, ouvidos, nariz, boca...

A menina acreditou e só Deus sabe como ela ficou assombrada, seu coração pulsava, pulsava acelerado. As folhas nunca deixaram de despontar em seu corpo. Para aliviar ela começou a   escrever suas angústias, alguma alegria e medos de não sei o quê.

fatimafonseca

domingo, 23 de junho de 2024

Meu amor,


Se me amas, por favor, não digas que me amarás por toda sua vida. Não só porque sua declaração aprisiona e não posso te prometer o mesmo, mas também  porque eu possa acreditar na sua promessa e esquecer que você é temporário.
Vamos viver o amor de cada dia e se um dia for de despedida, será em silencio como os pés descalços atravessando  um poema de Flor Bela Spanca.
Fatima Fonseca

terça-feira, 4 de junho de 2024



Fale me, de ilusão 
quero um punhado de estrelas 
acesas no céu na boca. 

Fale me,  
como  tirar os pés do chão e levitar. 

em mim
uma tal de lucidez, 
afiada feito navalha. 

Nenhum traço de loucura, 
enquanto espero cair 
de amores  e beijos  
por um poema.
FatimaFonseca