sábado, 13 de março de 2021

Solitude

 

                                      Kathia Pimentel

Desfaço-me de todas as necessidades

Para manter-me, no mínimo, ao longe 

Das febris exigências de um tempo inglório  

Quero voar acima de todo incômodo

Fugir das palavras vãs e mórbidas

Soadas em estridentes falsetes

A invadir tímpanos e sonhos

Desfaço-me de toda urgência

Que a tantos falta o imprescindível

Nem um sonho para tornar verdade

Embriago-me nos agudos das alcateias

A enfrentar tempos desconhecidos 

Esqueço-me no cuidar das plantas

No brilho óbvio das noites enluaradas

Até que nasça a trêmula palavra 

Que reconheça a solitude 

Do que tenho para viver hoje.

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