Eterno estar-à-janela. Kleber Auad.
Janeiro de 2021
Este eterno estar-à-janela não foi minha escolha, mas uma imposição alheia.
Vivo a pensar se sou raso, ou se sou fundo;
Se sou vírgula, ou se sou ponto-e-virgula, se sou adjetivo ou se sou adverbio. Suado, choro sobre meus versos.
Um tédio inquieto faz-me pensar: quantos fui e quantos sou hoje? Olha como vai escurecendo.
Tenho sonhado muito nas vagas sombras de luz, recolho-me sonâmbulo antes que a lua adormeça.
Quisera eu construir uma ponte, erguendo-me num nirvana próprio, e como os gatos guiar-me, espontaneamente, em busca de sol e de imaginações.
Kleber Auad
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