segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

 Eterno estar-à-janela. Kleber Auad. 

Janeiro de 2021


Este eterno estar-à-janela não foi minha escolha, mas uma imposição alheia. 

Vivo a pensar se sou raso, ou se sou fundo;


Se sou vírgula, ou se sou ponto-e-virgula, se sou adjetivo ou se sou adverbio.  Suado, choro sobre meus versos. 


Um tédio inquieto faz-me pensar: quantos fui e quantos sou hoje? Olha como vai escurecendo. 


Tenho sonhado muito nas vagas sombras de luz, recolho-me sonâmbulo antes que a lua adormeça. 


Quisera eu construir uma ponte, erguendo-me num nirvana próprio, e como os gatos guiar-me, espontaneamente, em busca de sol e de imaginações.

Kleber Auad

Nenhum comentário:

Postar um comentário