Fátima Fonseca
Flores amarelas arrastam esperança sobre a concertina
Aviso rolando no chão:
Cuidado! Pedra portuguesa
desgarrada
O lixo ajoelhado me reconhece
Uma árvore suprimida
e uma plaquinha ao lado
“dono educado, cão educado”
“mundo vasto mundo” e as moradias se amontoam
umas sobre as outras.
E aquela mulher na esquina com lápis e papel?
Nada tecnológica. O que escreve?
Vai saber...
Por aqui na minha rua
passam ventos para derrubar folhas
Bem no olho da rua
um mosquitinho flutuante
só de passagem
eu, vizinhos e você.
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