quinta-feira, 16 de novembro de 2017

para quês



Fátima Fonseca

tenho andado esquecida
datas, nomes...
visitam me  de relâmpagos
as ilusões
como mosquitinhos
farejando os olhos mortos de  fingimento

dor?
só quero a dor inventada na poesia
algumas antigas demais
e tudo vira  poema  novo em mim.
até num traço a lápis nas sobrancelhas
e cada mal traçados subentendidos
além de verso
impulso de vida

essa teimosia de ser
mulher bonita
que também nada impeça
de perseguir a sabedoria
nessa vida cheia de para quês
que a cada dia se esvazia.
  

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