sábado, 4 de novembro de 2017

MUITO ALÉM DO PONTO E VÍRGULA


 Marilurdes Nunes 

Logo no primeiro dia, muitas surpresas.
O professor deu um tema e eu fiquei lá concentrada, tentando escrever alguma coisa inteligente. Mas os minutos eram escassos.
Pouquinho depois de lançar o desafio, ele já cobrava resultados.
Meu caderno estava em branco. Os neurônios talvez estivessem com preguiça, desacostumados daquele ritmo frenético.
Pensei com meus botões: - Ninguém consegue produzir nada neste tempo tão curto. Este professor deve estar biruta.
Mas ele sabia exatamente o que estava fazendo.
Enquanto a minha tempestade de ideias não produziu sequer uma faísca, lá no fundo da sala, alguém disse:
- Já escrevi. Posso ler?
Olhei admirada para aquela senhora. Lindos cabelos brancos, com um cacheado natural, elegante em sua roupa muito bem combinada.
E os olhos?  Duas pedras preciosas, brilhando com luz própria.
Pensei: - Não é possível! Como pode alguém escrever alguma coisa que preste em tão pouco tempo?
Duvidei.
Mas a senhora em questão me surpreendeu com um texto original, criado assim em um zás.
- Quem é essa mulher? Fiquei pensando, curiosa.
Perguntei a um colega: - Como se chama a colega?
- Cida.
- Como é que ela faz isto?
- Ela é boa de ideias.
Cida me conquistou assim, na primeira aula.
Passou a ser, para mim, uma referência.
Gosto de seus textos e do capricho como apresenta o que produz em casa.
Em tudo que ela faz, coloca sentimento, experiência, humor e alma.
E amor também, já que o Bento sempre aparece.
Pelas lições que você sempre me dá:
Obrigada, Cida!





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