sexta-feira, 13 de outubro de 2017

sou eu que invento minhas doenças. Mas eu, velho e sozinho, o
que posso fazer? Estar doente é minha única maneira de provar
que estou vivo. É por isso que frequento o hospital, vezes e vezes, a
exibir minhas maleitas. Só nesses momentos, doutor, eu sou atendido.
Mal atendido, quase sempre. Mas nessa infinita fila de espera, me vem
a ilusão de me vizinhar do mundo. Os doentes são a minha família, o
hospital é o meu tecto e o senhor é o meu pai, pai de todos os meus
pais. (COUTO, 2009, ).

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