Fátima Fonseca
Entre mim e você
uma
cabocla velha de mau olhado,
ancorada
ao pé do borralho.
As
lavadeiras dos rios.
A
menina roceira pés descalços.
Entre mim e você
séculos
de existências.
A
dureza do cerrado,
trincado
pela seca
queimado
pelo fogo,
calcinado
e renascido.
Que é a
existência humana.
Um
tacho de melado entre mim e você
doce
que me sacode
em
losangos versos.
Sou eu
esse poema
ajoelhado
em seu tabuleiro
mendigando
um pedaço de palavra.
que
agora mesmo
atravessou
a ponte
passou
pelo seu olhar cândido
na
tentativa de tocar o infinito.
e fazer
da vida efêmera
poesia.
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