sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Menina dos olhos


                                            Fátima Fonseca
Com o tempo
as necessidades
não são mais as mesmas

o conforto vem antes da estética
a serenidade vem antes da beleza
a paz vem antes do certo
o coração está bem abaixo da cabeça
e nenhum amor
veste minhas palavras de cores
para encher os olhos.

E agora essa menina
em rasos d’água me espia e diz:
Esse sopro de lucidez não devia doer.
Mas dói.






5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A serenidade é um tipo de beleza, dói tê-la em tempos tão difíceis, mas brota poesia da sua vivência. Como esse belo poema, Fátima! Gostei muito. E um amigo de Santarém, Eduardo de Castro Serique, compartilhou seu blog. Abraço! Sebastião Aimone Braga

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  3. como sempre belos e comoventes versos. O que mais me toca é como consegues tornar belo o simples.

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