O ano é repetitivo.
Mas eu preciso dizer que ele é novo.
Gosto vestir de branco,
tomar champanhe e outras mutretas supersticiosas.
Preciso fingir que a doença, a morte e tragédias não existem.
Ah isso não é bem comigo!
É quase um eco.
Perdoem-me a dor.
Minha vida é maior que a insignificância humana
Maior que a mortalidade e a tristeza.
E vou me alinhavando nas miudezas milagrosas
que tanto alimentam meus eus líricos de para quês.
Fingir tornou-se um hábito. Logo,
sou infinita inteira.
Um ano de novo em mim.
Que me faz sonhar na vida que
escorre
e perder a noção de uma certeza
absurda
que mora dentro de mim.
É preciso partir.
É preciso chegar.
Embrulhado de esperança.
E eu aqui a escrever
Porque palavra me recicla
neste ir e vir constante.
Adeus Ano Velho.
Feliz Ano Novo!