Maria Apparecida de Mattos
Caneta desobediente.
Recusa o
comando
da superfície
do cérebro.
Quero escrever
vazio
e garatujo
pleno.
Quero matar
de cinza
e resplandeço
em verde.
Quero pontilhar
de reticências
e me
explico em dois
pontos.
Quero traçar
uma curva
e me
afirmo na reta.
Quero sucumbir
ao zero
e esnobo
no infinito.
Quero pôr
ponto final
e me
precipito em vírgulas.
Quero palavras
dúbias
e exponho
assertivas.
Quero fazer
um texto
e me
enrolo em outro
teste.
Nos subterrâneos
do cérebro
teimam bichinhos
rebeldes.
Caneta desobediente.
3/ago/2016
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