retorno
a casa velha
silencio
carrancudo
maquiado
pelo abandono
formigas,
cupins, aranhas
e
outros habitantes invisíveis
que não
contemplaram com meu olhar
o que
fizeram com os livros amarelados do meu
avô?
e
aquele violino que ficava pendurado
atrás da porta?
o fogão
aceso
mulheres
na lida preparando comidas
bules e
xícaras descascadas pelo uso
cavalos
arriados na porta
chapéus
na chapeleira
gatos,
cachorros
cadê as
vozes? cadê tudo? cadê todo mundo?
na
entrada da casa
no
caminho que não recebe mais pegadas
entre
espinhos e pedregulhos
umas
florezinhas coloridas
da casa
velha e do meu vazio
fatima fonseca
Nenhum comentário:
Postar um comentário