segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A poesia como arte



Caminhava entre sombras de árvores, quando pareceu a ela ouvir nitidamente: - é hora de poesia.
Tentou compreender o recado e anotou: poesia é diferente de poema.
Depois, espiando respingos de chuva na vidraça, pensou: o poema nasce do desejo pelo belo; a poesia nasce da compreensão que se tem do belo. E ainda anotou: - o poema é uma obra em verso, nasce de um estado de admiração. Tem enredo. Poesia é arte de escrever em verso. Nasce da poeira, símbolo da força criadora. Desperta o belo que dorme em cada criatura.
Deixou cair sobre a folha o pensamento e foi viver primeiro.
De volta ao seu lugar de estar, sentiu que um vento preguiçoso espalhava as folhas soltas sobre a mesa. Ousou pensar: a poesia tem seu momento, assim como a vida. A morte, no entanto, passeia como este vento para Re-significar o que já existia antes - a própria vida. 
Perguntou-se, então, a pensadora que vigiava o vento que atravessa a espessura do império dos significados: o que vale mais, a vida ou a morte?

Anotou para não esquecer: a poesia.

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