“um
poema me começa
e
invade minha saudade inventada.
tenho
um sonâmbulo amor
e as
costelas lúcidas da madrugada.
- sei
que isso já foi escrito em algum lugar-
sou
plagiadora desde nascença.
imito
paraísos e tonturas.
tenho
correspondências não lidas
que
ocupam toda a mesa de jantar.
-ando
preferindo ser horizontal e mística.
encerro
esperanças na vodka
e minha
sede se derrama pela noite.
cem
estilhaços me dão a mão,
e no
verão,
tenho
contrações
devido
ao número excessivo de verbos.
qual a
palavra/gesto que costura
um
abcesso?
observações
pertinentes a esse plágio:
não
possuo óculos escuros
e antes de sair de casa,
esqueço
de tirar os soluços do bolso.”Alice Boaventura
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