Diamantina
não é fotografia
e nem dói.
É uma ingresia
de saudade
pulsando fina
e, às vezes, rói.
É um garimpo
nestes veios
que carrego
como minas.
Como Minas
me remói!
Um povoado ao luar
é o estado poético
da geometria
ou vã tentativa
de organizar
a poesia?
O sol põe o olho
entre os montes: um vermelho
e belo horizonte.
Meu desejo
agora:
não ter nenhum desejo
ou antes
ter a gula
de um cantar de galo
fora de hora
só pelo gosto
de despertar
neste peito gasto
alguma aurora.
Se eu me chamasse Raimundo
o mundo
seria meu eco?
Céu anil barroco.
Sobre nuvens d'ouro puro
santa de pau oco.
Colcha de telhados
entre montanhas. A vila,
talvez um bordado...
Ângela Leite de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário