sábado, 2 de agosto de 2014

Para Manoel de Barros :

Fátima Fonseca
Para Manoel de Barros : Estou nos deslimites da palavra, releio o livro das ignorãças.
“Ando completa de vazios. Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas.
Consegui não descobrir.
Eu sou o medo da lucidez.
Tenho uma dor de concha extraviada.
Uma dor de pedaços que não voltam.
Eu sou muitas pessoas destroçadas.
Meu olhar tem odor de extinção
Tenho abandonos por dentro e por fora.
Preciso do desperdício das palavras para conter-me. Penso me renovar usando borboletas”

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