quinta-feira, 9 de maio de 2013

Maria Silvia Boaventura


Mulher Maravilha
Entre uma colher de feijão
e duas de arroz
a mulher maravilha mastiga o peixe
respira raso
resfolega,  engole seco
e se consola
com um quebra-queixo
de sobremesa

A mulher maravilha deita
respira fundo
ressona e sonha
senhora da hora sem horas
sente que cinqüenta, sessenta anos se passaram
e que a morte não é dona de tudo
descobre que o imaginado existe
e que ainda pode mergulhar no por do sol
e ouvir estrelas

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