quarta-feira, 13 de março de 2013

A cor da mulher



                               Ronald Claver 


A MULHER AZUL É PURO MISTÉRIO. TEM QUALQUER COISA DE TRISTEZA DE FIM DE TARDE E O SILÊNCIO MORA EM SEUS OLHOS. MAS QUANDO ANOITECE NA TRAMA DOS LENÇÓIS, INCÊNDIOS ACONTECEM E O MAR SE REVOLTA.

A MULHER AMARELA É PURO VULCÃO. IPÊS COLOREM SEU CORPO. SÓIS NOTURNOS HABITAM SEUS LENÇÓIS, MAS AO ABRIR A JANELA DO CORAÇÃO É TODA SUAVIDADE E TERNURA.

A MULHER VERDE É PURO AGUARDAR. OCASOS E MANHÃS FAZEM VÉSPERAS EM SEU CORPO, MAS NO TURBILHÃO DOS LENÇÓIS, TUDO É TROPÍCAL E O VERÃO SE FAZ PRESENTE.

A MULHER VERMELHA É PURA IRRADIAÇÃO. A BRISA QUE SOPRA EM SEU CORPO É DE REVOLUÇÃO, MAS NO LIMBO DOS LENÇÓIS O AMOR FAZ CALOR E DESÁGUA NUM RIO DE AURORAS.

A MULHER TRANSPARENTE, ANÔNIMA E COTIDIANA É PURA COR. VITRAIS MEDIEVAIS ILUMINAM O TECIDO DE SEU CORPO, MAS QUANDO A NOITE VISITA SEUS LENÇÓIS, A LIÇÃO DO AMOR SE CUMPRE COM REBELDIA E O AMOR FAZ CÓCEGAS NO CORAÇÃO. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário