sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Sou filha do cerrado


Fátima Fonseca
sou filha do cerrado
tenho arrepiando debaixo da minha pele
o ruído da serpente rasteando arisca
nas folhas secas do cerrado

nas raízes os cupins se amontoando
nas solas dos pés o lodo das pedras escorregadias
nas cavernas dos ouvidos os estalos de gravetos
nas narinas  o cheiro de curral

presa entre os dedos uma esperança verde de liberdade.

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