sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Paulo José Cunha



POETAI, POETAS, POESIA!
QUE A MORTE É NO DIA-A-DIA!

toda palavra semeia 
a flor do próprio veneno 
e cada frase vagueia 
na versão do seu momento
toda palavra retesa 
a corda do próprio arco 
não faça versos não fale 
o que valeu já não vale
mesmo que seja perverso 
anote o verso resista 
toda palavra se explica 
no próprio verso em que habita
no instante exato do crime 
toda palavra é uma pista 
não se explique tome um porre 
o que foi dito é o que morre
rasgue os versos vá embora 
renegue tudo o que fez 
copie de novo outra vez 
passe a limpo e jogue fora 


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