quinta-feira, 19 de julho de 2012

HILDA HILST



Para poder morrer
Guardo insultos e agulhas
Entre as sedas do luto.
Para poder morrer
Desarmo as armadilhas
Me estendo entre as paredes
Derruídas
Para poder morrer
Visto as cambraias
E apascento os olhos
Para novas vidas
Para poder morrer apetecida
Me cubro de promessas
Da memória.
Porque assim é preciso
Para que tu vivas.

Um comentário:

  1. Sebastião Aimone Braga16 de agosto de 2012 às 20:01

    Viver e morrer, tão próximos. Espaço que se deixa, preenchimento iminente. A força da natureza exige contínuidade.

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