quinta-feira, 3 de maio de 2012

A Ponte Mirabeau




Fátima Fonseca

Sob esta ponte passa o rio Sena
que um dia abriu os braços e  murmurou:

Em meus lençóis há deleite.
Tenho sombra e flores para enfeite.
Venha calar suas feridas.
Posso condensar numa só gota sua vida sofrida.

O silencio amplia o vazio.
O coração da laje começa a bater
Empalidecida  e muda a ponte Mirabeau testemunhou:
Como foi a acolhida para sempre  da rubra estrela pelo  rio Sena
naquela tarde de abril.

E a vida se foi com a água corrente
Num continuo infinito...
escrevendo caminho na cidade luz.

(dedico ao  escritor Paul Celan )

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