Luz do Cerrado
"Quando nem Freud explica, tente a poesia"
sexta-feira, 3 de outubro de 2025
sexta-feira, 26 de setembro de 2025
a meu favor
Tenho a meu favor,
imortal e confidente,
um espantalho
a vigiar o amadurecer do poema
sob os bocejos das madrugadas
ff
quinta-feira, 25 de setembro de 2025
domingo, 7 de setembro de 2025
Escrever
As vezes escrevo,
escrevo com desatino
feito asas com sede de ar
e semente com fome de terra.
Fatima Fonseca
sexta-feira, 5 de setembro de 2025
Se eu gosto de poesia?
Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor.
Acho que a poesia está contida nisso tudo.
Nunca fui como todos
Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só...
segunda-feira, 1 de setembro de 2025
sábado, 30 de agosto de 2025
Com Ronald Claver a poesia pede passagem
O rio não tem pressa
Em virar mar
Porque sabe os caminhos
(Ronald Claver)
Você será sempre uma poesia, Ronald. A eternidade é o pouso do amor de Deus. Amor em verso e afeto. Agora, tocado por esse amor, sua morada é o pouso da memória. Ao lado de outros poetas, você já tem seu posto no “Olimpo Sagrado dos Versos”. E, juntos, vão contar h[i]stórias, rimando liberdade, beleza e amor. Agora, “escrever sem doer” será um eterno “Para Casa”. Nesse caminho o projeto “Poesia com cachaça” vai continuar tanto aqui como no “Al di là della vita”. Nós continuaremos com a cachaça e você terá que mudar para o vinho. Sua nova turma é vidrada no “Cadernet Sauvignon”.
Agora você volta para os começos e deixa a semente da palavra para construção de um mundo mais humano “porque sabe os caminhos”.
Conversamos tanto no Coltec, na OAP, no bar do João, nos rituais da “Poesia com Cachaça”! Suas mensagens serão memórias vivas.
É hora agradecer... amar... cuidar.
Ter os olhos voltados para o sol.
Ter o coração tranquilo.
E guardar uma semente de esperança para a flor da vida não secar. Como você escreveu: “A esperança é um segredo que se revela no encontro. E a palavra, que é pão e sonho, desafia a mesmice e a tirania das coisas e dos homens”. (“Palavras ao vento”, OAP).
Quero terminar com suas palavras sobre poesia – uma forma de suavizar sua perda, poeta. “A poesia não pode ficar confinada em bibliotecas e salas de aulas. Ela gosta de alardear a sua prosa, gosta de grande espaços, vozes, gente. A poesia, assim como o pão e salário, deve fazer parte de nosso cotidiano. A poesia não escolhe lugar para comparecer. Ela está aqui, ali, alhures. Já disse em uma das minhas falas que a poesia está na plumagem dos mares, no voo das cachoeiras, na pele das tempestades, no barulho do silêncio, na velo acrobacia dos peixes, no verde sol e no ver do olho que tudo vê e não vê. A poesia? É só abrir os olhos e ver”. Para você, Ronald, a poesia é uma fonte por onde tudo passa e algumas coisas ficam. Sua poesia vai continuar brilhando como bagagem de vida!
Seu amigo e colega.
(Mauro Passos)